O Transtorno obsessivo compulsivo ou, como mais conhecido pela sigla TOC, é caracterizado por pensamentos, impulsos indesejados e imagens recorrentes que se tornam uma obsessão.
Em outras palavras, a pessoa com o transtorno tende a desenvolver atos mentais ou comportamentos repetitivos de forma compulsiva para diminuir, cessar ou prevenir toda a ansiedade que sentem.
No entanto, não é obrigatório a existência de um comportamento compulsivo, por isso há dois tipos:
O TOC (CID 10 - F42) é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade mais comum em mulheres do que em homens, afeta cerca de 1 a 2% da população, segundo a OMS. Só no Brasil cerca de quatro milhões de pessoas sofrem com a doença.
Geralmente, o transtorno obsessivo compulsivo é desenvolvido em torno dos 19 ou 20 anos, embora 25% dos casos começaram aos 14 anos.
O paciente com TOC acredita que, caso deixe de cumprir o ritual, algo terrível poderá acontecer e isso faz com que ele adote um comportamento irracional e repetitivo que, normalmente, segue um padrão de etapas bem determinada pela própria pessoa.
Nesse sentido, é comum que a doença se agrave à medida que não seja tratada ou diante de algum evento estressante, ou traumático
Os sintomas podem ser separados em obsessões e compulsões, como já citado.
Enquanto o primeiro se caracteriza por pensamentos repetidos ou impulsos, o segundo diz respeito a comportamentos ritualísticos.
Os sintomas mais comuns são:
É comum que muitas pessoas confundam práticas comuns do dia-a-dia, pequenas manias, com sintomas de TOC.
Entretanto, levantar ou deitar sempre no mesmo lado da cama, manter a casa limpa ou o quarto organizado, não caracteriza a existência do transtorno.
Sendo assim, pessoas com TOC apresentam uma compulsão intensa e irracional, impossível de ser contida.
E é a partir disso que o médico poderá identificar a necessidade de ajuda de um ou mais especialistas.
Apesar de ser mais incomum em crianças apresentarem os sintomas, é recomendado que os pais procurem ajuda profissional caso identifiquem algum comportamento estranho, como, por exemplo, o ato de refazer ou verificar a tarefa escolar várias vezes.
Por não afetar de maneira direta a saúde, algumas pessoas consideram que não é uma doença que exija tanta atenção, mas estão erradas. Quanto mais cedo for reconhecimento e o tratamento puder começar, melhor vai ser para o paciente.
Como já mencionado, o diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes e essenciais para a recuperação.
O paciente com TOC costuma não perceber que tem um problema, associam os sintomas a características próprias ou traços da personalidade.
Nesses casos, a procura de auxílio médico ocorre tardiamente quando já está bem difícil realizar atividades simples e diárias.
Normalmente, os seguintes médicos podem identificar a doença: clínico geral, psiquiatra, psicólogo, neurologista ou pediatra, no caso de crianças.
Para ajudar no diagnóstico correto de uma pessoa com transtorno obsessivo compulsivo, o médico responsável deve solicitar a realização de determinados exames e testes. Observe a seguir os mais comuns.
Além disso, é importante checar a função da tireoide e para iniciar tratamento medicamentoso com segurança.
É comum que o especialista entre em contato com familiares e amigos próximos para entender melhor sobre a situação do paciente.
Ademais para alguém ser devidamente diagnosticado com TOC, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, é preciso que siga alguns critérios específicos estabelecido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).
Entre eles, de modo geral, pode-se encontrar o seguinte:
O tratamento do transtorno obsessivo compulsivo pode ser feito por meio da Terapia de exposição e prevenção de rituais.
Nessa técnica, o princípio é a exposição gradual a situações que contribuam para a ansiedade causadora das obsessões e rituais.
Os pacientes aprenderão a se controlar para não executar a compulsão.
Por exemplo, caso a pessoa tenha obsessão por contaminação e compulsão por limpeza, pode ser pedido para que ela encoste em alguma superfície suja ou em um vaso sanitário sem lavar as mãos depois.
Nessa abordagem, é esperado que, com um tempo, a ansiedade causada pela exposição seja diminuída e futuramente cesse.
Não são todos os pacientes que respondem positivamente a esse tratamento, mas ainda existem outras possibilidades.
Sendo assim, o inibidor seletivo de recaptação de serotonina ou o antidepressivo tricíclico clomipramina também podem ser usados.
Além disso, a terapia cognitiva demonstra ser uma abordagem efetiva para algum dos sintomas do TOC.
É comum que pacientes com TOC tenham uma boa resposta e retomem a normalidade desde que seja seguido a recomendação de tempo determinada pelo médico para cada tratamento.
Caso você esteja com sintomas, procure um profissional para saber sobre seu diagnóstico.