Crise de Pânico

A Crise de Pânico é uma crise de medo repentina e inesperada, bem desesperadora para quem a sente. É um tipo peculiar de ansiedade.
19 de setembro de 2020

Normalmente, o portador da crise de pânico desenvolve sintomas agudos e pertinentes, podendo ser físicos e psíquicos. 

O quadro mais preocupante da enfermidade diz respeito a persistência dos momentos de crise, pois o paciente começa a se sentir inseguro e ter um medo constante, o que gera a esquiva fóbica.

Dentro da psiquiatria, a esquiva fóbica é definida como “comportamento de evitar situações ou objetos que causem ansiedade ou desconforto”.

Desse modo, o paciente começa a ficar cada vez mais restrito socialmente e, com um tempo, adquire uma altíssima dependência familiar por não conseguir realizar atividades cotidianas, além de poder desenvolver quadro depressivo.

A estimativa é que mulheres apresentam maior risco de contrair a doença do que homens, a uma proporção de 3:1.

Já em relação à população, cerca de 4% pode vir a desenvolver esse transtorno ao longo da vida, sendo mais comum na fase jovem adulto, próximo dos 20 anos.

Sintomas

As crises de pânico possuem peculiaridades em relação a cada paciente, podendo variar na intensidade e frequência também. Geralmente, a pessoa leva de 10 a 30 minutos para voltar ao normal, com uma recuperação gradual.

Outra característica alterável é “gatilho” responsável por desencadear a crise, enquanto alguns pacientes apresentam crises em situações específicas e outros podem desenvolvê-la sem motivo aparente. 

Nesse parâmetro, alguns dos principais sintomas psíquicos da Síndrome do Pânico são: medo, sensação de morte iminente, angústia, insegurança e desespero. 

Já os sintomas físicos se manifestam de forma bastante intensa, podendo, inclusive, mimetizar doenças clínicas graves com os infartos, acidente vascular cerebral e até convulsões.

Sendo assim, observe abaixo os sintomas físicos mais evidentes.

  • Parestesia

É definida como uma sensação cutânea subjetiva, como frio, calor, formigamento, dormência ou pressão. No entanto, no caso do pânico, é mais comum que seja formigamento. 

Esse formigamento ocorre, normalmente, nas mãos, que é uma das partes do corpo com maior sensibilidade ao toque, uma vez que é cheia de receptores neurais.

Entretanto, ainda que comece a se manifestar na mão, não significa que o problema tenha a origem lá, por isso é importante investigar a causa.

  • Sensação de asfixia 

O paciente apresenta uma dificuldade de respirar muito grande que é causada, geralmente, pela repentina aceleração cardíaca (outro sintoma bem persistente no quadro) e do medo de não compreender o que está acontecendo com o corpo.

  • Tremores

Como você já deve saber, a mente e o corpo são indissociáveis, sendo assim, a carga de adrenalina no organismo, hormônio liberado em situações de perigo, acaba por gerar essa reação física de nervosismo.

  • Sensação de enjoo e/ou tontura 

A situação de estresse sob a qual o corpo está submetido ocasiona reações fisiológicas também. 

Dessa forma, uma parcela razoavelmente grande de pacientes, cerca de 30%, costumam apresentar algum problema no sistema vestibular (órgão do ouvido interno).

Esse sistema é o encarregado de perceber os movimentos do corpo e como não está funcionando direito, o cérebro recebe informações erradas sobre a posição e espaço, o que pode levar a quedas e sensação de “flutuação”.

Quando procurar ajuda médica

Você não deve e nem precisa ter medo de procurar ajuda profissional quando você sente que algo está errado. Quanto mais rápido o problema for descoberto, mais rápido poderá ser encontrada uma solução para ele. 

Recomenda-se que você saiba seu diagnóstico para poder buscar tratamento da maneira que for eficiente. 

Nesse sentido, existem dois sintomas principais que devem despertar sua atenção em relação à Síndrome do Pânico. 

  • Despersonalização e desrealização

Em casos mais sérios, esses episódios são mais comuns. 

Esse sintoma é descrito como uma sensação recorrente de desligamento do próprio corpo ou dos próprios processos mentais. 

Acontece uma espécie de “separação do corpo”, durante a crise o paciente não consegue reconhecer o ambiente (desrealização) ou sente como se fosse um observador externo da sua vida (despersonalização).

  • Aceleração cardíaca

Apesar de ser um sintoma encontrado na maioria das pessoas com crises de pânico, é necessário tomar um cuidado especial com esse sintoma. 

Quando as amígdalas cerebrais estão em intensa atividade, o que normalmente acontece em situações de medo, ocorre uma descarga de adrenalina no corpo e isso faz com que o coração fique bombeando mais sangue e, consequentemente, aumente o batimento cardíaco.

As pessoas com Síndrome do Pânico sentem como se estivessem sofrendo um infarto. 

Diagnóstico

É difícil precisar a origem da crise do pânico, mas ela pode estar associada a uma condição genética, como a vulnerabilidade biológica, ou a aspectos de uma vida estressante que leva a um desajuste na resposta de risco. 

Isso significa que ocorrerá uma resposta amplificada de perigo em situações em que elas não seriam necessárias.

Sendo assim, algumas áreas cerebrais ficam mais sensíveis a pequenos riscos e determinam uma resposta aguda mediada pela adrenalina, o que causa grande parte dos sintomas físicos e psíquicos.

Então, o diagnóstico deve ser feito baseado no perfil do paciente. Alguns exames serão feitos para descartar a possibilidade de outras doenças, como distúrbios na tireoide, abuso de substâncias estimulantes, doenças cardíacas, respiratórias, entre outras.

Tratamento

O tratamento da crise de pânico é específico para cada caso.

De forma geral, pode ocorrer através de terapia, medicamentos e alteração do estilo de vida. 

Nesse cenário, é recomendado que os pacientes ansiosos pratiquem atividades físicas regulares, principalmente aeróbicas, tenham uma boa noite de sono, uma alimentação mais balanceada, evitando alimentos e substâncias muito estimulantes.

Tudo isso contribui para reduzir o quadro de estresse, além de melhorar a qualidade de vida.

Além disso, a terapia cognitivo-comportamental é muito útil nesse caso, uma vez que ela ensina a reconhecer os sinais iniciais de ansiedade e a gerenciar conscientemente algumas emoções envolvidas. 

Por fim, há a possibilidade de fazer a utilização de medicamentos que, normalmente, estão relacionados a restabelecer o bom funcionamento da serotonina.

Para isso, existem os calmantes de ação rápida (para cortar a crise) ou os de uso contínuo para prevenir os episódios de pânico.

Consulta

Geralmente, o tratamento dura entre 6 meses e 1 ano e os benefícios demoram algumas semanas para aparecer, mas, uma vez que aparecem, sua vida vai melhorar muito. 

Caso você esteja sentindo algum dos sintomas, não hesite em procurar ajuda médica.

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